Julgamento de Duciomar Costa é adiado

Uma grande manifestação ocorreu nesta terça-feira (11) em apoio ao prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), e seu vice, Anivaldo Vale (PR), que já está licenciado do cargo. Mais de mil pessoas estavam em frente à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), localizado na rua João Diogo, bairro da Cidade Velha.

Duciomar foi cassado em dezembro de 2009 pelo juiz Sérgio Lima, sob acusação da prática de abuso de poder econômico e ainda de propaganda extemporânea durante a campanha de 2008. Mas se mantém no cargo através de uma liminar concedida pelo juiz José Maria Teixeira do Rosário.

O procurador regional eleitoral Igor Nery Figueiredo, que substitui Daniel César Avelino, é quem defende a cassação do prefeito. A defesa de Duciomar foi conduzida pelo advogado Sábato Rossetti, enquanto que a do segundo colocado nas eleições passadas, o ex-deputado José Priante (PMDB), ficará a cargo do advogado Inocêncio Mártines Coelho Junior.

Diante da alegação do juiz Paulo Jussara, revisor do caso, de que não dispõe de condições de saúde para atuar no mérito (ele foi internado na semana passada em um hospital da cidade), a responsabilidade foi transferida para a juíza Vera Araújo. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou parecer sobre a medida em cima da hora. Com isso o julgamento ficou marcado para a semana que vem.

Outro impasse na ação fica por conta do juiz que deverá decidir sobre o processo. O advogado de José Priante defende que o juiz que deve cuidar do processo seja Daniel Sobral.


Existem três possibilidades de desfecho para o caso. Na primeira, o cargo de alcaide será mantido por Duciomar Costa; na segunda o presidente da Câmara Municipal de Belém, Walter Arbage (PTB), assumiria interinamente o posto de prefeito e, neste caso, teria que marcar uma nova eleição para daqui a quarenta dias; e na terceira o cargo seria transferido para Priante.

Caso isso ocorra, e o TRE ou Supremo Tribunal Federal (STF) dê ganho de causa para Duciomar Costa, Priante fica inelegível para o pleito Estadual que ocorre ainda este ano. E com isso o PMDB fica sem seu candidato oficial no páreo.



Não dá para negar, Jader Barbalho (PMDB) é realmente um mestre na política regional. Ele está usando todas as formas para se apossar da PMB através de seu fantoche oficial, José Priante. Caso coloque as mãos na máquina da Prefeitura de Belém, terá poder suficiente para disputar a eleição estadual.

Barbalho já tem grande vantagem em relação aos outros líderes políticos, que o diga a governadora Ana Júlia Carepa, que precisa desesperadamente do apoio do cacique peemedebista para manter-se no cargo.

Após o artigo escrito pelo economista, assessor do Governo do Estado e secretário da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Cláudio Puty, no jornal O Liberal contra Jader Barbalho, seu jornal (Diário do Pará) e o próprio PMDB, a governadora Ana Júlia está disposta a fazer tudo o que for possível para manter o apoio do clã dos Barbalho.

Jader, como fiel da balança, tem outra opção que é apoiar o candidato do PSDB – sendo o ex-governador Simão Jatene o candidato oficial – tornando, assim, histórica esta aliança.

Nos bastidores sabe-se que quem vai mandar na cidade caso o PMDB tome posse não será José Priante, que nada mais é que um coadjuvante, um ator de pouca expressão que serve fiel e cegamente ao seu mestre.

Priante esta sendo usado nas eleições como um termômetro, ele sabe que nunca será o sucessor de Jader Barbalho na política, aceitando convenientemente ser sempre o segundo lugar. Ele sabe muito bem que sob as asas de Barbalho ainda tem alguma proteção e força. Mas caso Jader se canse, Priante pode ir direto para o limbo político.

Jader pretende mesmo é colocar seu filho e sucessor político Helder Barbalho no poder do estado do Pará, o que só deverá ocorrer em 2014 ou mais provavelmente em 2018. Mas para que isso se concretize, terá que utilizar todos os recursos necessários, até mesmo a tomada da PMB.

Barbalho não aceita de forma alguma perder – mesmo que de forma legal e através do voto popular. Ele acredita que deve a todo custo tomar posse (usando todas as estratégias) da Prefeitura de Belém.