terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudades de “O Aprendiz”


Ao ligar a televisão e ficar zapeando pelos nossos “maravilhosos” canais abertos – onde o único que realmente vale a pena assistir é o Canal Cultura, mas que infelizmente não passa na minha casa, vejo uma cena que nunca em momento algum pensei que seria possível ver.

Vi a cantora de rock baiana Pitty e o rapper e escritor de um dos melhores livros lançados nos últimos anos Falcão Meninos do Tráfico MV Bil cantando na estreia do reality show A Fazenda, que neste ano já esta na sua segunda temporada.

A primeira vez que ouvi o termo reality show, foi quando a Rede Globo anunciou em um domingo qualquer o seu mais novo programa: No Limite, isso foi no início dos anos 2000.

Naquela noite não imaginava o que poderia acontecer até o momento da exibição qual seria minha reação, infelizmente não foi das melhores.

Na verdade nunca imaginei um programa tão maçante, cansativo e sem conteúdo.
Acabou sendo um prenúncio para outros programas com outros nomes (big brother Brasil – BBB que já chegou na sua 9ª temporada , casa dos artistas, Ídolos).

Todos clones de programas criados no exterior, mas com os mesmos apelos chamativos: muitas pessoas bonitas (mulheres de biquines minúsculos, poucas pessoas feias, as famosas formações de panelinha, fofocas, romances com muito sexo, e no final de cada semana um do grupo deveria ser “eliminado”.

Mas o único que realmente valeu a pena assistir foi “O Aprendiz”. Um programa que teve a sua primeira edição no dia 4 de novembro de 2004, e que a única coisa que teve de igual aos outros programas citados acima é sua origem estrangeira.

O programa fora produzido pela Rede Record e usava o mesmo formato do programa estadunidense The Apprentice, criado e apresentado pelo empresário Donald Trump.

O programa tinha como seu apresentador Roberto Luiz Justus, que além de ser Adminsitrador formado pela Universidade Mackenzie também é empresário (CEO do Grupo Newcomm e vice-presidente da Y&R), publicitário, cantor e marido da modelo, atriz e apresentadora Ticiane Pinheiro.

“O Aprendiz” teve 6 temporadas onde a 4ª e o 5ª tinham como foco uma sociedade com o próprio apresentador do programa e a 6ª um estágio em alguma das empresas de Roberto Justus.

No programa duas equipes eram formadas, os candidatos realizavam tarefas que envolviam vendas, marketing, promoções, negócios imobiliários, finanças, ações beneficentes, publicidade e gerenciamento de negócios, bem como arrecadação de fundos, administração de bens e realização de eventos de enormes proporções.

Cada equipe tinha poucos dias para conseguir no mínimo um resultado considerado razoável para o apresentador e seus conselheiros além das empresas para as quais as equipes trabalhariam naquele momento.

Era um programa – talvez o único – sério, voltado para desenvolvimento intelectual, o empreededorismo de cada participante.

O que importava mesmo era a habilidade de cada um dos seus participantes, não importava se eram bonitos, sexys mas como conseguiam gerenciar cada crise que aparecia, como lidavam com os colegas de equipe, e se no final de cada semana a equipe que conseguir o resultado esperado, ganhava uma reconpensa que poderia ser desde de jantar em um restaurante de luxo até uma viagem aos EUA ou a Europa.

Infelizmente a 6ª temporada foi a última, Roberto Justus deixou a Record e assinou contrato com o SBT de Sílvio Santos – talvez seu único erro empresarial em toda a sua vida!Hoje sinto falta de um programa como “O Aprediz” e talvez nunca mais eu vejo na televisão brasileira um reality show com algum conteúdo, pelo menos não na televisão aberta.

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