Quem nunca mentiu que levante a mão.

Existe uma verdade ‘absoluta’, todos mentem ou já mentiram em algum momento de sua vida. A mentira faz parte da sociedade, seria tão bom se não houvesse a mentira, mas ela é inerente à maioria dos seres humanos. O Dr. Sérgio Senna em um dos seus artigos “Mentiras sinceras nos interessam?” tenta explicar o porque das pessoas mentirem. Quais são suas motivações? É possível que a mentira seja uma incapacidade do mentiroso de lidar com suas emoções? De encarar seus desejos? O escritor Mark Twain tem uma frase célebre “Uma mentira afrontosa é algo repreensível, exatamente da mesma maneira que uma verdade afrontosa também é”. O problema é que tem pessoas, que não estão preparadas para ouvir a verdade de forma direta, dura, mesmo que ela seja necessária. A mentira é um ato instintivo de preservação do ser humano. Se formos no basear pelos pontos de vistas éticos e morais, a mentira aparece muito mais na intenção de enganar do que distorcer a verdade. Quando saber se estão mentindo? Um dos primeiros a estudar a mentira foi o Dr. Paul Ekman – falei dele no meu primeiro artigo – no seu livro traduzido “A Linguagem das Emoções”, publicado pela editora Lua de Papel, Ekman deixa um capítulo só para falar sobre a mentira e como se pode identifica-la.

É bom lembrar que para se compreender quais as emoções estão sendo expressas no rosto humanos é preciso que elas estejam dentro de um contexto, não adianta apenas olhar e dizer que só por que fulano coçou a cabeça ele esta nervoso. Ekman diz em seu livro que os indícios cognitivos mais evidentes referentes a uma possível mentira sejam as contradições naquilo que é relatado. Ele afirma que raramente as pessoas contam o mesmo relato complexo exatamente da mesma forma, o que acontece é que as pessoas acabam adicionando ou subtraindo detalhes originalmente esquecidos, e com isso, acabam dando uma impressão de contradição. Outro fator que faz com que se ache que o outro esta mentindo para você é o ato de hesitar: isso ocorre quando a pessoa demora e responder algo que você achou que ela deveria ter respondido rapidamente. O ato de hesitar desperta suspeitas de que o outro esta fazendo algo errado, e espera não ser pego. Para Stan B. Walters, a capacidade de uma pessoa mentir e mentir bem está basicamente em suas habilidades de comunicação e em sua destreza intelectual.

Outro ponto importante é para quem você esta mentindo, esse é o único dos fatores –chaves da mentira. É para os seus país, sua esposa, seu marido, seus chefe? Quem será seu alvo. Sua mentira será social , profissional ou a patológica? Como detectar a mentira? Mais uma vez é preciso que se entenda que o estudo da comunicação não-verbal não são uma ciência exata, fixa, ela esta em constante mudança e aprimorando sempre. Existem várias formas de detectar a mentira, mas que elas sejam mais precisas, devem estar sempre inseridas dentro de um contexto – essa é uma regra básica, nunca achar que apenas uma informação é verdadeira sem compreender o todo. Características vocais 1. Hesitação da fala:” ah”, “hum”, “err”, etc. 2. Erros da fala: repetição de palavras e ou sentenças, sentenças incompletas, lapsos verbais. 3. Tom de voz: mudança na altura da voz, podendo diminuir ou aumentar o tom. 4. Porcentagem da fala: número de palavras faladas durante certos períodos de tempo. 5. Pausas frequentes: frequência dos períodos de silêncio durante a fala. Características faciais 1 Contemplação: encarrar ou não o interlocutor 2 Sorriso: rir ou sorrir nervosamente Movimentos corporais 1 Movimento de mãos e pés: movimentos não funcional de mãos e dedos sem o movimento dos braços. 2 Movimento da cabeça Ainda podemos apresentar sete indicadores específicos relacionados a mentira 1. Relato negativo 2. Respostas plausíveis 3. Informações irrelevantes 4. Relatos generalizados 5. Autorreferência 6. Respostas diretas 7. Extensão da resposta Mas os estudos sobre a mentira estão evoluídos, pelo menos fora do Brasil, e com eles a tecnologia tem sido aperfeiçoada de tal forma, como é mostrado pelo ilustre estudioso Edinaldo Oliveira Junior em seu artigo “A tecnologia e as emoções” para o site linguagem corporal. net.

No artigo Edinaldo discorre sobre os avanços nos estudos feitos na área da emoção através da linguagem não-verbal, de como esse estudo teve um salto grande desde dos tempos de Darwin até chegar na tecnologia empregada de forma mais prática. Seguindo sua linha de raciocínio , os estudos feitos pelo Dr. Paul Ekman, juntamente com o seu Sistema de codificação de Ação Facial – Facial Action Coding System – FACS vem para ajudar a decodificar as emoções humanas. E nesta seara a incluímos a mentira não como sentimento, mas como parte de um, através de uma árduo estudo das micro- expressões faciais que podem durar de 1/5 segundos a 1/25 segundos. Edinal coloca a importância de um aumento do estudo da comunicação não-verbal no Brasil, tendo em vista que em países como EUA, UK e Portugal eles estão bem a frente não só em estudos como em tecnologia, usando a comunicação não-verbal e suas ramificações por assim dizer em quase todas as áreas da sociedade: saúde, educação, política, segurança publica e etc. Somos novos nesse meio, isso é verdade, ainda estamos engatinhando nos estudos da comunicação não-verbal, mas se todos os interessados saíssem de seus casulos e juntassem forças para dividir os conhecimentos e até mesmo a tecnologia na área de comunicação não-verbal seríamos uma nação mais forte, mais desenvolvida, mais preparada. OBS: Só um lembrete para os homens, cuidado quando suas mulheres ou namoradas perguntarem se o vestido que ela esta usando deixou mais gorda, ou se ela esta mais magra... Neste caso, a mentira pode ser necessária. Referências: 1 Ekman, Paul. A linguagem das emoções. São Paulo: Lua de Papel, 2011. 2. Walters. Stan B.. A Verdade Sobre a Mnetira. Rio de Janeiro. Best Seller. 2005 3 Furnham, Adrian e Evgenia Petrova. O Corpo Fala nos Negócios. São Paulo. Editora Gente. 2011